Cansado do excesso de informação, o mendigo destoa do
restante e relaxa na esquina. Centenas de passos o cercam, o ignoram e – de forma
naturalizada – o condenam. Entretanto ninguém entende a cidade como o mendigo e
naquele curto espaço de tempo, descansando diante da esquina, observa o que
ninguém mais nota. A cidade.
Faço
parte disso tudo, pensa. Entende que a cidade sem mendigo ou mendigo sem cidade
é como esquina sem dúvidas. Para que lado ir?
Não existe lado certo – se é o certo que
tendemos a procurar. Cada canto da esquina é um novo mundo esperando por ser
descoberto. Mas a ninguém interessa tal premissa. Mas ao mendigo interessa.
Levanta
e segue pela esquina. Por qual canto? Não interessa.
Mario Chris
Amsterdã, 23/06/2014
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