domingo, 1 de junho de 2014

PLATONISMO

Foi na esquina que aprendi a ler. O j seguido do o fechado, formando jo. O s, estranhamente com som de z, seguido do e aberto. E agora, José? A esquina é um passado que insiste em estar no meio do caminho. Ah, minha esquina querida...

Se tanto saudosismo fosse capaz de trazer de volta o que já se foi.

A esquina, mar de soluços descompassados.


A esquina soa perpendicular somente por resquícios da razão, pois do ápice da percepção – fruto da distância carnal – a esquina sempre será um sinuoso espectro de emoções tal qual um amor platônico, um amor barroco.

Mario Chris