Saltou do ônibus à esquina e
contava menos de trinta. Sentou-se ao meio-fio com toda sua mocidade marota
contrastada por um ar de maturidade que fazia questão em exalar. Em meio a
tantos transeuntes e automóveis estranhos, reconheceu-se como parte integrante
da esquina.
Todavia sua condição não era
fruto do mero instante. Era a memória com toda sua lealdade traíra. E além,
pois sabia – embora não lembrasse – que tinha uma relação placentária com a
esquina e sempre que sentia-se aflito, recorria a ela como recorro à escrita.
Somos um só: personagem,
narrador e escrita.
Diria mais: somos todos
esquina.
Mario Chris
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